A Saúde Mental virou uma pauta prioritária dentro das grandes organizações em um período pós-pandemia. Falar sobre Saúde Mental no trabalho vai muito além das patologias que envolvem a mente humana, mas também sobre como a sua empresa pode influenciar no bem-estar do seu colaborador. E essa preocupação ganhou força também na legislação: a nova atualização da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1) torna obrigatória a identificação e gestão dos riscos psicossociais no ambiente de trabalho.
Neste artigo, você vai aprender por que a saúde mental no trabalho precisa ser pauta constante dentro das empresas, como o endomarketing pode apoiar essa jornada e de que forma o Setembro Amarelo pode ser um ponto de partida para uma transformação cultural.
- – Saúde Mental: o que é?
- – Construindo uma Cultura Organizacional Psicologicamente Segura
- – Como o Endomarketing pode transformar a Saúde Mental do trabalhador?

Saúde mental: o que é?
Durante muito tempo, saúde mental era vista apenas como a ausência de doenças como depressão, ansiedade ou outros transtornos que afetam a mente. Mas com o avanço dos estudos e a mudança no olhar da sociedade, esse conceito foi se ampliando. Hoje, entendemos que saúde mental tem a ver com equilíbrio emocional, psicológico e social. Ter uma boa saúde mental não quer dizer estar feliz o tempo todo ou não passar por dificuldades. Significa conseguir lidar com as emoções de um jeito saudável, mantendo o bem-estar e funcionando bem nas diferentes áreas da vida. Assim como a saúde do corpo, a saúde da mente também precisa de atenção e cuidado constante.
,Definição de Saúde Mental no trabalho
Não tem como falar sobre Saúde Mental sem associar ao ambiente de trabalho, afinal, boa parte de nossas vidas se passam dentro de empresas. Saúde mental no trabalho significa que o colaborador consegue manter seu equilíbrio emocional e psicológico enquanto realiza suas atividades profissionais. Isso envolve lidar com o stress, pressão e desafios do dia a dia de forma saudável, sem que essas situações prejudiquem seu bem-estar ou sua capacidade de desempenhar suas funções.
Ter um ambiente seguro, que respeita e promove os cuidados com a saúde mental no trabalho, ajuda a reduzir problemas como: depressão, ansiedade, burnout. Além de aumentar o engajamento e a produtividade dos seus colaboradores.
“Os clientes não vêm em primeiro lugar. Os colaboradores vêm em primeiro.
Se você cuidar dos seus colaboradores, eles cuidarão dos clientes.”
Richard Branson – Founder do Virgin Group
A dimensão da crise de saúde mental no trabalho
Existem diversas maneiras de dimensionar o impacto que a sua empresa tem na Saúde Mental dos colaboradores. Institutos de Pesquisas vêm dedicando esforços para facilitar a compreensão destes dados. De acordo com o G1, em 2024, foram 472.328 licenças médicas concedidas apenas para casos de saúde mental, o que representa 68% a mais do que o ano anterior.
Essa crise também atraiu a atenção regulatória. O governo federal tem reforçado a fiscalização das condições de saúde mental no trabalho, com atualizações na Norma Regulamentadora Nº1 (NR-1) que podem resultar em multas para empresas que não cumprirem as diretrizes de gestão de riscos psicossociais.
Uma pesquisa conduzida pela Pearson, divulgada pela EXAME, revela que 71% dos brasileiros acreditam que as empresas devem oferecer serviços gratuitos de saúde mental aos seus colaboradores. Além disso, 65% defendem a ampliação da cobertura do plano de saúde com atendimentos psicológicos, e 90% consideram importante que as empresas concedam dias de férias remuneradas especificamente para cuidados com a saúde mental e bem-estar.
Construindo uma Cultura Organizacional Psicologicamentme Segura
Uma cultura não é um conjunto de benefícios, mas sim o “conjunto de valores, crenças e comportamentos” que moldam as interações diárias e definem “como as coisas são feitas”. Quando a saúde mental é integrada a essa cultura, ela se torna parte do DNA da organização, criando um ambiente onde os colaboradores se sentem seguros e valorizados de forma contínua.
Contudo, é importante dizer que as necessidades do seu colaborador vão muito além da forma “como as coisas são feitas”; manter um colaborador engajado e satisfeito com o seu ambiente de trabalho exigem muitas das vezes um investimento, sejam eles monetários ou humanos. Cuidar do seu colaborador envolve uma cultura transparente entre as lideranças, salários e benefícios dentro do mercado e ações de endomarketing que promovam a diversidade, engajamento e muito mais.
Case Patagonia: Investimento estratégico no capital humano
A Patagonia é uma empresa norte-americana no ramo de vestuário e equipamentos para atividades ao ar livre. Os seus valores são: Qualidade, Justiça, Transparência e Sustentabilidade. A taxa de rotatividade de funcionários (turnover) é de apenas 4%, 5x menor que a média nacional e suas vagas chegam a ter 9.000 candidaturas.
A empresa oferece benefícios completos que vão além do tradicional. Isso inclui licença parental estendida, auxílio-creche no local de trabalho, flexibilidade de horários e incentivo a atividades ao ar livre. Os salários são competitivos e, em muitos casos, acima da média do setor.
O ambiente interno também é marcado por uma forte política de escuta ativa e feedback constante. Os gestores são incentivados a manter conversas abertas com os colaboradores, criando uma cultura de confiança e valorização. Além disso, a transparência nas decisões e o envolvimento dos funcionários em ações de impacto social e ambiental reforçam o senso de pertencimento e propósito.
Programas de endomarketing, como eventos internos voltados para sustentabilidade, atividades colaborativas e reconhecimento público de conquistas individuais, também fazem parte da estratégia de engajamento da empresa.
Esse investimento em benefícios e bem-estar não é só uma questão de cultura, tem retorno financeiro comprovado. Por exemplo, o programa de creche interna da Patagonia, o Great Pacific Child Development Center, custa cerca de US$1 milhão por ano. Mas a empresa recupera quase 91% desse valor por meio de benefícios fiscais (50% por créditos e deduções), economia com retenção de funcionários (30%) e engajamento (11%).
Além disso, nos últimos cinco anos, 100% das mães retornaram ao trabalho após a licença-maternidade, e os pais que utilizam a creche têm 25% menos turnover do que o restante dos colaboradores. Isso reduz os custos com contratação, treinamento e absenteísmo.
Como o Endomarketing pode transformar a Saúde Mental do trabalhador?
O Endomarketing é uma ferramenta essencial para a equipe de gestão de pessoas. Afinal, ações estratégicas podem transformar o clima organizacional, motivar colaboradores e criar laços ainda mais fortes. O Endomarketing atua diretamente na comunicação interna, transformando mensagens simples em experiências únicas!
Por exemplo, o Setembro Amarelo é uma das principais datas no calendário de endomarketing em diversas empresas. Essa data é muito importante quando falamos de Saúde Mental no trabalho, afinal, foi uma das campanhas pioneiras sobre este tema dentro das empresas. Durante o Setembro Amarelo, as empresas podem aproveitar para lançar campanhas que vão além do óbvio, promovendo palestras, rodas de conversa e distribuindo brindes corporativos que reforcem o cuidado com o emocional.
Nos dias de hoje, o Janeiro Branco vem se popularizando ainda mais dentro das empresas. O objetivo é promover a reflexão sobre a importância do bem-estar psicológico durante um período de recomeço, e de criação de novas histórias, ou capítulos. Quando o assunto é Saúde Mental no trabalho, essa data é essencial para o seu calendário de endomarketing.
Mas o impacto do endomarketing não para nas campanhas pontuais. Ele ajuda a integrar as ações de saúde mental no trabalho com os benefícios e políticas internas, criando um ambiente em que o cuidado com o bem-estar é percebido como algo contínuo e natural. Isso passa pela transparência da liderança, reconhecimento constante e incentivo a práticas que valorizem a diversidade e o equilíbrio emocional.
Práticas e ações efetivas para promover a saúde mental no trabalho
Um dos primeiros passos para cuidar da saúde mental no trabalho é garantir que os colaboradores tenham acesso fácil a suporte psicológico, seja com psicólogos internos ou por meio de parcerias, além de oferecer canais de apoio confidenciais. Essas ações mostram que a empresa se importa de verdade com o bem-estar do time, indo muito além de “querer” uma simples publicação no LinkedIn.
Flexibilizar o trabalho com modelo híbrido, ou home-office e a flexibilidade de horário promovem o equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Essas ações ajudam a reduzir a pressão do dia a dia e melhoram o foco e produtividade do seu colaborador.
A capacitação de lideranças é um ponto crucial para promover a Saúde Mental no trabalho, afinal, são os líderes os maiores responsáveis pela forma em que “as coisas andam”, não só no contexto operacional mas também no quesito psicossocial. Gestores bem treinados são capazes de conduzir conversas empáticas e criar um ambiente seguro para os colaboradores.
Além disso, é importante criar espaços de diálogo abertos, para que os temas relacionados à saúde mental sejam tratados sem tabus. A comunicação interna, ou endomarketing, pode (e deve!) ser usada para desmistificar preconceitos, estimular o autocuidado e reforçar a importância do bem-estar emocional.
Essas ações podem ser complementadas com programas de incentivo à prática de atividades físicas, mindfulness e outras técnicas que promovam o relaxamento e o equilíbrio mental. A integração dessas iniciativas com benefícios e políticas internas fortalece a cultura de cuidado e respeito.
Por fim, o acompanhamento contínuo por meio de pesquisas internas e feedbacks ajuda a empresa a entender as necessidades reais dos colaboradores e ajustar as estratzégias conforme a evolução do ambiente e dos desafios.